16 julho 2008

Com raça "a Guiar"

João Aguiar nasceu a 20 de Maio de 1989. Ele é um daqueles avançados raçudos que vende cara a perca de uma bola. Empenhado e acima de tudo lutador, venceu duas lesões e na ultima época voltou à Guerra.
A "guerra" vence-se com estes soldados. Amigo espero que tudo o que desejas se cumpra e lá estarei na tua estreia para te saudar!

Em poucas palavras, como pudemos definir o João Aguiar como jogador?
Jogador com raça e sempre empenhado por ajudar o clube a progredir ganhando jogos. Não gosta de perder, nem a feijões.

Qual o percurso que fizeste até chegares aqui aos Juniores do Académico?
Sempre joguei no Académico, fiz dois anos em todos os escalões de formação do Académico. No total foram dez anos a servir o clube e no qual não mudaria nada. Apesar de muita gente defender que o clube mudou, quem passou pelo fim do CAF e inicio o AVFC mesmo por dentro, sente que o clube é o mesmo, o peso da camisola é o mesmo e muita gente que critica por fora quando fala dos jovens que vestem de preto, refere-se ao ACADEMICO DE VISEU com o respeito natural.

Durante o tempo que já jogas futebol tiveste bons e maus momentos. Podes dizer um momento para recordar e outro para esquecer?
Para recordar podem ser todos os dez anos. No final da formação posso dizer orgulhoso que seis vezes fui campeão distrital, e duas vezes passei a fase final de um campeonato distrital. Só dois anos é que não ganhei nada a nível de campeonatos mas acabei por ganhar algo a nível de formação futebolística e pessoal.
Para esquecer acaba por ser as duas grandes lesões que tive que me impediram de continuar a ajudar a equipa. Estava em dois grandes picos de forma e depois demorei muito tempo a recuperar das respectivas operações.



Que treinador te lembras melhor, por te ter marcado na tua formação?
Muitos marcaram, com todos fomos aprendendo e muito. Desde os escolinhas até aos juniores. Mas como já referi anteriormente e sem tirar mérito a todos os outros treinadores, Paulo Chaves foi quem mais me marcou. No segundo ano de iniciado, fizemos um campeonato espectacular. Ficamos em segundo lugar da nossa fase e fomos a fase final do campeonato nacional. Juntou uma equipa que do escalão anterior apenas tinha 4 ou 5 jogadores e com algumas contratações e coordenação fez nos passar equipas como Académica e outras desta zona. O espírito de equipa, o rigor, o respeito, esforço, dedicação foram fundamentais, talvez mais q os aspectos técnicos e tácticos.

Depois de uma longa pausa assistimos ao regresso do João? Como foi este regresso?
Foi melhor do que o esperado. No final da época passada tinha tentado voltar a jogar mas tive varias recaídas nos treinos e acabei por só jogar os últimos dez minutos do ultimo jogo onde já éramos campeões onde acabei por marcar um golo. Não estava muito confiante que o inicio desta época fosse muito diferente, mas com algum trabalho físico acabei por perceber que apenas precisava de algum tempo de repouso.

Via-se que a equipa tinha valor, mas não conseguiu obter a manutenção. O que achas que correu menos bem?
Como alguém disse no inicio da época, “as maçãs podres estavam a sair do clube”. Talvez tivessem demorado demasiado tempo a sair e depois acabou por sair quem não merecia, por razões que me ultrapassa. Muita gente diz isso, que a equipa tinha valor, mas o que realmente uma equipa precisa era de valor colectivo, de todos a puxarem para o mesmo lado, e isso não aconteceu. Havia jogadores calados no balneário, e depois quando saiam vinham contar tudo o que se passava lá dentro para os familiares e amigos. Acabaram por ser descobertos pois víamos coisas publicadas na Internet que eram unicamente faladas dentro do balneário. Tal como foi no meu segundo ano de iniciado em que a diferença de um balneário unido é bem melhor que aspectos tácticos ou técnicos é muito grande.
Acabou por ser o contrário desse ano. Muita qualidade dentro do campo, nenhuma fora dele. As coisas começaram a correr mal e os jogadores foram saindo. O treinador saiu. Falou-se que muita gente ia sair. Ficou um ambiente ainda pior quando passamos de 19 jogadores a “picarem-se” uns aos outros e a fazer queixinhas e falando pelas costas a 6 jogadores unidos. Revoltados mas unidos. Estes seis jogadores foram os que ficaram até ao fim com a dignidade que tinham pelo clube que representam à muito tempo. Depois já a meio de uma época tivemos que nos readaptar a novos jogadores a novas formas de jogar e foi até aqui e tivemos a perder o tempo. Como os resultados provam, se talvez tivéssemos sido menos ambiciosos e tivemos jogadores bons mentalmente e humildes em vez das estrelas habituais teríamos tidos mais resultado. No final ficou a saber a pouco, quando todos já se estavam a habituar a forma de jogar, de pensar, de ser de juniores e juvenis, o campeonato acabou. Nos últimos 5 jogos ganhamos 4.
Se tivesse sido detectado o problema mais cedo e resolvido imediatamente, talvez o AVFC tivesse os três escalões nos campeonatos nacionais.

Qual foi o jogo que ditou a vossa descida?
Quanto a mim houve esperança enquanto era possível matematicamente. Mas penso que grande parte de adeptos e jogadores e direcção baixaram os braços quando perdemos os dois primeiros jogos do playoff de descida.

O que achaste do campeonato feito por vocês?
Quase que já disse tudo na resposta de uma pergunta antes mas ainda posso acrescentar que nem tudo foi assim tão mau. Empatamos na primeira jornada contra o Feirense que ficou em segundo lugar da série, ganhamos ao Sanjoanense que na altura estava em primeiro lugar. No fundo não tivemos nada de regulares pois ainda perdemos com o NDS da Guarda que acho que na altura tinha apenas um ponto. De todas as vezes que defrontamos o Repeses ganhamos.

Para o ano, novos desafios para o João. Como antevês primeiro esta pré-epoca no escalão sénior e depois no Campeonato?
Fiquei muito feliz quando soube que iam dar oportunidade a alguns juniores de se mostrarem na pré-epoca. O ano passado quando acabou o nosso campeonato ainda fiquei a treinar nos Seniores. É uma sensação espectacular, acaba por ser o resultado por aquilo que fizemos ao longo do futebol de formação. Era o objectivo de alguns dos meus companheiros de equipa e confesso que meu também. Sempre fomos o melhor e mais antigo clube da região e é um orgulho treinar e lutar por um lugar naquele plantel. Tem jogadores espectaculares, alguns deles eu vi jogar quando ainda era infantil e um dos jogos que me ficou na memoria foi aquele CAF-FCPorto para a Taça de Portugal. Outros jogadores mais novos já jogaram comigo nas camadas jovens e também e motivo para trabalhar e sonhar por um lugar, pois eles conseguiram.

Que sonho gostavas de concretizar?
Fazer a estreia pelo AVFC como jogador sénior e ajudar o clube a subir sucessivamente de divisão até estar na que ele realmente merece estar (seja ela qual for).

Um ídolo?
Ricardo Sá Pinto foi um excelente jogador com uma entrega fantástica, onde mais uma fez a mentalidade d um jogador e superior as suas qualidades técnicas tácticas e físicas.

Uma palavra para os sócios, adeptos e leitores do blog.
Espero que no ano que vem apoiem os jogadores do Académico em todos os escalões. Viseu precisa de um clube maior e é mais fácil se puxarem todos para o mesmo lado. Todos gostaríamos de ter um clube ao mais alto nível e o AVFC é o que tem melhores condições para tal. Por Viseu, pelo futebol.
Parabéns ao JORJÃO pelo trabalho prestado ao clube e aos jovens. Merecia mais do clube. Talvez uma homenagem por serviços prestados. Este blog faz parte do clube, estes jovens merecem tudo. AVFC SEMPRE!

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bem João....
Quero-te dizer, foi um prazer trabalhar 4 meses contigo, pois és atleta que nunca vira a cara ao trabalho.
Revelas personalidade forte na forma como gostas de resolver os problemas olhos nos olhos.
Fico contente, com a tua promoçaõ à equipa sénior, onde terás oportunidade de desenvolver as tuas melhores qualidades.
Desejo-te ás maiores felecidades....
Abraço
Pedro Martins